Estado D'Alma

Hoje sinto-me, especialmente, em baixo e triste. Sei a razão deste estado de alma mas não a compreendo, sinto-me assim e, por mais que tente, só consigo sair deste estado depressivo por fugazes momentos. Sinto que qualquer coisa me abalaria neste dia, pelo que o melhor mesmo é ficar sossegado e não dar azo a grandes aventuras sociais. Talvez não incomodando consiga passar o dia introspectivamente sozinho. Não falo de uma solidão física porque isso seria impossível dado o número de pessoas com que me relaciono diariamente, falo de uma apatia interna que nem eu próprio me quero acompanhar. Falo de uma solidão de alma, de uma divisão interna em que a parte da boa disposição emigrou deixando para trás, sozinha, a sua apática irmã. Não sei muito bem o que levou a esta emigração, talvez sejam as fronteiras fragilizadas deste pouco definido país. Talvez exista entre mim e o exterior um qualquer Acordo de Schengen que, além da abertura de fronteiras, tornou-me numa pessoa sem identidade própria. O que talvez tenha sido uma tentativa de abertura, de facilitar um entendimento com o meio que me rodeia, se tenha tornado numa forma de massificar o meu ser e perder a minha identidade. O aumento do relacionamento com o exterior contribuiu proporcionalmente para o afastamento de mim próprio, para a perda de identidade.
Agravando ainda mais a situação, por mais que olhe para trás não consigo ver onde me perdi, qual a bifurcação onde me separei… não consigo voltar atrás!