Com o aproximar dos finais de ano, seja lectivo, seja temporada futebolística, seja ano civil, o que quer que seja, temos sempre tendência (no caso do ano lectivo, obrigação) de realizar uma auto-avaliação. Eu, em toda a minha insignificância, não fujo à regra e ultimamente tenho pensado um pouco naquilo que represento.
Cheguei à conclusão que todos os meus receios, desconfianças, dúvidas, incertezas, enfim… medos, nascem de uma grande insegurança pessoal no que toca a um determinado tema.
Sendo eu uma pessoa consciente do meu valor, do meu pouco valor, tenho plena noção daquilo que represento para os outros. Sei que, comparado com a maioria, fico muito aquém das expectativas.
Já experimentei uma forma despreocupada de viver, de não pensar que vou defraudar quem quer que seja sendo eu próprio. Como consegui? Não exigindo absolutamente nada das outras pessoas, não estando preocupado com aquilo que represento para elas, não estando minimamente interessado com aquilo que podiam esperar de mim, não tendo inveja daqueles que, com toda a sua melhor forma de ser, são capazes de criar sentimentos nos outros que eu não consigo.
Infelizmente essa forma leviana não é parte integrante do meu ser e não passou de uma fase que experimentei, como tantas outras. Não estou a dizer que algum dia vou deixar de ser eu para agradar a quem quer que seja, apenas estou a assumir o meu papel secundário.
A verdade é que sei que sou facilmente suplantado e também sei que o segundo plano é o meu lugar.
Não posso querer ser protagonista quando sou um mero figurante deste elenco.
Agora se me dão licença, vou ali sentar-me na minha mesinha, ao fundo do cenário, bebericando a minha cerveja com um ar, aparentemente, descontraído e limitar-me a observar o trabalho dos profissionais, sem qualquer expectativa de que, um dia, vou ter uma fala neste filme de baixo orçamento!